domingo, 3 de junho de 2012

COMENTÁRIO TEOLÓGICO DA LIÇÃO 10

LIÇÃO 10

 

UMA RESPOSTA DE AMOR

 

Verso para memorizar: "Se vocês me amam, obedecerão aos Meus mandamentos." João 14:15.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: I João 4:18 e 19; Romanos 3:19 e 20; João 14:15; 15:13; Romanos 5:6 a 8; João 6:28 e 29.

 

PENSAMENTO-CHAVE: Devemos trabalhar para ganhar pessoas para Cristo. No entanto, precisamos refletir sobre a seguinte questão: O que nos motiva e impele a fazer isto? É o amor? Ou a base são outros sentimentos menos nobres?

 

INTRODUÇÃO:

 

Tudo o que é feito com amor e por amor sai bem feito. Toda atividade humana, dirigida a Deus ou ao próximo, na qual o amor não se faz presente, não alcança seu objetivo, não atende à vontade e propósito de Deus. Pense nisto, em cada coisa que fizer na vida!

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 03 de junho.

 

MOTIVADO PELO AMOR

 

Leitura bíblica do dia: Deuteronômio 6:4 a 8; Jeremias 29:13; I João 4:18 e 19.

 

"Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força."  Deuteronômio 6:5.

 

"Buscar-Me-ás e Me acharás quando Me buscardes de todo o vosso coração" Jeremias 29:13.

 

"No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo [o medo de rejeição, de negação, de confronto]. Ora, o medo produz tormento [angústia, dor, sofrimento, tristeza, solidão]; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor [o amor não encontra sua realização e plenitude nele]" I João 4:18, interpolações e comentários nossos.

 

O AMOR é o principal e mais excelente elemento de motivação na ações e relações humanas, tanto em seu relacionamento com Deus, como também em seu relacionamento com os semelhantes. Onde o AMOR se acha ausente, as relações acontecem em um clima frio, formal. Se nossas atividades religiosas são apenas um zeloso e formal cumprimento de regras, mandamentos, estatutos e compromissos, sem a presença do AMOR, então essa religião que temos é algo legalista, formal, contratual, mas sem alegria, sem prazer, sem contentamento, sem felicidade. É a religião pela religião. Não foi isto o que Deus quis alcançar em Suas relações com os humanos. Jesus declarou: "Tenho-vos dito estas coisas [Seu discurso aos discípulos, citado em João 15:1 a 10] para que o Meu gozo [prazer, alegria, contentamento, felicidade] esteja em vós, e o vosso gozo [alegria, prazer, felicidade] seja completo [pleno, total]" João 15:11, interpolações e comentários nossos. E isto somente se fará realidade se o AMOR for o elemento motivador de nossa religião e de nossos relacionamentos interpessoais.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 4 de junho.

 

MOTIVAÇÃO PELA CULPA (ou pelo medo de Deus}

 

Leitura bíblica do dia: Romanos 3:19 e 20; Tiago 2:8 a 10.

 

A CULPA surge na mente humana como consequência de uma acusação da consciência. Minha mente me informa que eu quebrei alguma norma, mandamento, preceito ou estatuto que conheço. Minha consciência é o meu mais severo juiz. E quando eu erro, e estou consciente desse erro, surge em mim o sentimento de culpa, o qual me atormenta dia e noite, e me traz inquietação, insegurança, fragilização emocional, raiva, tristeza, medo, fuga, falta de paz interior, perda de sono e do apetite, depressão, e pode levar uma pessoa emocionalmente mais frágil à loucura. O sentimento de CULPA pode ser saudável, ou pode ser destruidor, muito perigoso para a saúde física e mental. Nem todos sabem lidar com o sentimento de culpa. E nem todos procuram o remédio correto para curar o sentimento de culpa.

 

No processo de se viver a religião, pessoas há, e são muitas essas pessoas, que fazem do sentimento de culpa um elemento motivador para a realização de coisas espirituais. Pessoas há, no ambiente cristão, que quando se sentem culpadas multiplicam suas doações para a igreja e para obras de caridade, numa tentativa de purgação da culpa. O sentimento de culpa gera medo; medo de Deus, e medo da pessoa a quem ofendemos. O mais correto seria irmos a Deus, em oração, e confessarmos a Ele nosso erro, que gerou a culpa. E, em sequência, irmos à pessoa a quem ofendemos, e pedir-lhe perdão pelo erro cometido, inclusive, se for o caso, fazendo reparação moral ou financeira, pelo erro cometido. No entanto, a maioria não segue este receituário. A maioria dos cristãos (e também dos não cristãos), preferem a fuga, a alienação, porque entender ser o caminho mais fácil. Outros, preferem, como uma espécie de compensação, dar dinheiro para uma igreja, ou para uma obra social, na tentativa de remissão de culpa pela obras humanas, o que chamamos de "justificação pelas obras". Muitos pastores e sacerdotes católicos sabem que uma pessoa com medo de Deus é capaz de dar grandes somas para a igreja e para obras de caridade. Que fazem eles? Exploram esse medo, levando as pessoas a uma espécie de penitência, de purgação de culpa, por meio de "boas obras". Fazem essas pessoas acreditarem que Deus está irado contra elas, e que, para apaziguar a ira de Deus, elas precisam fazer "boas obras" religiosas, tais como dar dinheiro para a igreja e para obras de caridade, para que o sentimento de culpa seja aliviado. E assim as pessoas lotam certas igrejas, e lhes dão tudo o que seus pastores sugerem. Isto é paganismo. Deus ama as pessoas, quer elas estejam fazendo o bem ou o mal. Mas Deus não concorda nem apoia seus atos maus. Para os salvar, Deus enviou Seu Filho ao mundo, para viver e morrer por todos os humanos pecadores. Paulo afirma que "Deus PROVA O SEU AMOR para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" Romanos 5:8. E Paulo afirma que Jesus morreu por seres humanos "fracos", "ímpios" e "pecadores" (Rm 5:6 a 8). Não havia na Terra nenhuma pessoa boazinha, justa e santa, quando Jesus morreu pelos humanos pecadores. O AMOR de Deus por nós antecede nossa própria existência na Terra. E Deus não é motivado a nos amar, e a ser bom para conosco, por causa de nossas "boas obras". Ele nos amou e Se dispôs a nos perdoar, quando nenhuma boa obra havíamos feito. Isto é Cristianismo.

 

O que o motiva a adorar a Deus? O que o motiva a dar dízimos e ofertas? O que o motiva a testemunhar de sua fé em Jesus? O que o motiva a se conservar puro em uma sociedade humana impura? O que o motiva a ser santo, em uma sociedade ímpia? O que o motiva a fazer o bem, vivendo em uma sociedade competitiva, que pisa nas pessoas, para alcançar coisas? O que motiva você a santificar o Sábado no sétimo dia? O que o motiva a tratar bem as pessoas, quer sejam pobres, quer sejam ricas? O que o motiva a cooperar financeiramente e pessoalmente em projetos sociais de filantropia? Você vive com alegria espontânea sua religião? Ou você vai aos cultos mau humorado, criticando a tudo e a todos, como se fora um boi indo para o matadouro? Você é cristão porque ama a Deus, louvando-O pela redenção que Ele já lhe deu, em e por Jesus? Ou você é cristão por um processo de fuga, com medo de ser castigado por Deus?

 

Pense com carinho em cada uma dessas respostas.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 5 de junho.

 

MOTIVADOS PARA SERVIR

 

Leitura bíblica do dia: João 14:21; 15:13;  Romanos 5:6 a 8.

 

Tenho visto, ao longo de meus quase cinquenta anos de adventismo, pastores e diretores missionários, nas igrejas, se esgoelando, na tentativa de convencerem os membros de nossa igreja a participar da obra missionária. Tenho visto pastores e anciãos se esforçando ao máximo, visando convencer os membros de nossa igreja a darem dinheiro para algum projeto especial, ou para aumentarem o valor de suas ofertas, visando cobrir sem déficit o orçamento mensal da igreja local. Tudo isto tenho visto, e, como pastor, fiz isto várias vezes. Mas estou certo que este não é o caminho melhor a ser seguido.

 

Nem todos os membros de nossa igreja se sentem motivados a testemunhar de sua fé em Jesus. Outros não se sentem motivados, por uma razão ou outra, a darem seus dízimos e suas ofertas. Outros, ainda, não se sentem motivados a freqüentarem o templo todos os dias em que há culto público. O que vai motivar a todos os adventistas de maneira positiva? Será o carisma de um pastor, ancião, diretor missionário, ou diretor JA? O que vai motivar os irmãos a derem um dízimo correto, e a darem ofertas liberais e em valores mais elevados? Será a realização de algum projeto desafiador, como a reforma do templo, a construção de um novo templo, ou algum empreendimento de grande porte? Creio, com toda sinceridade, que o elemento motivador por excelência para cada membro da Igreja é o AMOR, a Deus e à Obra de Deus. É cada um possuir uma CONSCIÊNCIA do que significa ser cristão, e membro da igreja de Deus na Terra. É um sentimento permanente de gratidão e louvor a Jesus Cristo. Estas são motivações permanentes. Paulo afirma: "Agora, pois, PERMANECEM: a Fé, a Esperança e o Amor. Porém, o maior destes, é o AMOR" I Coríntios 13:13, grifos nossos.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 6 de junho.

 

A ARMADILHA DO LEGALISMO

 

Leitura bíblica do dia: João 6:28 e 29; Romanos 10:1 a 4; Romanos 11:5 e 6; Gálatas 2:16.

 

Existe um costume entre os cristãos, de todas as denominações, de apontarem para os judeus, especialmente para os sacerdotes, escribas e fariseus, a pecha de serem legalistas. Por quê? Exatamente porque os fariseus, de uma maneira geral, fizeram da Lei (Torá) uma espécie de Deus, e a puseram como sendo um elemento justificador e salvador do homem. Na mente dos fariseus, no judaísmo, para uma pessoa ser justificada e salva, diante de IAVÉ, seria preciso guardar com estrita fidelidade, toda a Lei (Torá), o que incluía a circuncisão, os sacrifícios no templo, a santificação do sábado semanal, a observância de todas as festas anuais dos judeus, e o seguir todas as interpretações da Lei desenvolvidas pelos mestres do judaísmo. O foco central estava na Lei (Torá), e em sua capacidade de provê justificação e salvação para que a cumprisse em todos os pontos e detalhes. Chamamos isto de LEGALISMO, ou de "justificação pela obras da Lei".

 

Paulo, em suas muitas cartas, condenou o LEGALISMO, sem rejeitar a Lei em si mesma. Ele defendia a justificação e a salvação como sendo bênçãos vindas pela Graça de Deus, as quais eram recebidas mediante a fé na pessoa e na obra salvífica realizada por Jesus Cristo. Os judeus rejeitaram a teologia paulina de justificação e salvação unicamente pela fé em Jesus, pois achavam que tal teologia tirava o foco de sobre a Lei (a Torá) e o punham sobre Jesus de Nazaré. Eles achavam que isto era uma negação e rejeição da Lei (Torá). No entanto, ao apresentar de maneira bem clara a teologia da justificação e da salvação somente pela fé em Jesus (leia Romanos 3:21 a 28), Paulo conclui seu arrazoado, afirmando: "Anulamos, pois, a Lei [Torá] pela fé [pela teologia da justificação e salvação unicamente pela fé em Jesus]? Não! De maneira nenhuma! Antes [em lugar disto; em vez disto; pelo contrário], confirmamos [ou reafirmamos] a Lei [a validade da Lei]" Romanos 3:31, interpolações e comentários nossos.

 

Muitos cristãos, em sua defesa da justificação e salvação somente pela fé, fora ao extremo oposto, e fizeram da FÉ um fim em si mesma, assim como, no Antigo Testamento, os israelitas fizeram da Lei um fim em si mesma. Que fazem muitos cristãos? Propõem uma justificação e salvação unicamente pela fé em Jesus (e nisto estão corretos), mas negando a validade da Lei de Deus para as pessoas salvas pela fé em Jesus (nisto estão errados). Paulo afirmou que a justificação e salvação somente pela fé em Jesus NÃO ANULA A LEI DE DEUS (leia Romanos 3:31). A Lei não justifica nem salva o pecador (Romanos 3:19 e 20; 8:3; Gálatas 2:16). Quem faz isto também não é a fé. Quem justifica e salva o pecador é Deus, somente Deus (Romanos 8:33). E Deus faz isto através da pessoa e da obra de Seu Filho, Jesus Cristo. A Fé nada acrescenta à justificação e salvação que Deus providencia para os pecadores. A Fé é um instrumento de recepção da justificação e da salvação. A Fé em Jesus toma posse, aceita, recebe a justificação e a salvação dadas por Deus aos pecadores, gratuitamente, mas nada lhes acrescenta. Não somos justificados e salvos pela fé, como se a fé fosse em si mesma o elemento salvador. Somos justificados e salvos por Deus, o Qual, em Sua Graça, decidiu justificar e salvar os pecadores, mediante a vida perfeita e a obra vicária, substituinte, realizada por Jesus Cristo, o Filho de Deus.

 

ACONTECE O LEGALISMO, ou a JUSTIFICAÇÃO PELA OBRAS, toda vez que um pecador, seja judeu, seja gentio, tira de Deus a glória e a honra de ser Aquele que justifica e salva os pecadores, mediante a pessoa e obra de Jesus, e a coloca sobre uma religião, uma filosofia, um livro religioso, um ato religioso, uma igreja, um pastor ou dirigente religioso, ou qualquer pessoa ou coisa em si mesmo, menos na Pessoa do Deus Eterno e de Seu Filho, Jesus Cristo. Mesmo a Fé, se for tomada em sentido absoluto e determinante para a justificação e salvação do homem, torna-se uma espécie de legalismo, ou justificação pelas obras humanas, pois torna o ato de crer em Jesus como sendo mais importante do que o próprio Jesus. Nós, todos os cristãos, precisamos estar atentos sempre a esse erro e desvio teológico. Cuidado, pastores e membros de nossa igreja, e de qualquer outra igreja que se afirma cristã.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 7 e 8 de junho.

 

LIVRE PARA SER ESCRAVO

 

Leitura bíblica do dia: Romanos 1:1; Filipenses 1:1; Tiago 1:1; II Pedro 1:1. João 8:34 a 36.

 

Na cultura atual, quer seja no Oriente, quer seja no Ocidente, a palavra "escravo" é termo ofensivo, quando dirigido a alguém. Nenhuma pessoa gosta de ser chamada de "escravo", ou de ser tratado como se fosse escravo de alguém.

 

Na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, o termo grego "doulos", escravo, é bastante usado para descrever a relação espiritual, ética e moral que existe entre o homem salvo pela Graça de Deus, mediante a fé em Jesus, e o Senhor Jesus Cristo, de quem tal pessoa se tornou "servo" e "discípulo". Paulo o usou variadas vezes em seus escritos. Também o usaram Tiago, irmão de Jesus, e o apóstolo Pedro.

 

O termo bíblico REDENÇÃO tem sua origem na compra de escravos. Um cidadão de posses ia ao mercado de escravos e, ali, verificava os escravos à venda, e realizava a compra, conforme seus interesses. Depois de comprar um ou mais escravos, aquele novo senhor dos escravos comprados (ou redimidos) fazia deles o que bem queria, pois esses escravos se tornavam, legalmente, propriedade de quem os comprara. Paulo trabalha com essa mesma ideia, ao escrever: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque FOSTES COMPRADOS POR PREÇO; agora, pois, glorificai a Deus [vosso novo Senhor] no vosso [e com o vosso] corpo" I Coríntios 6:19 e 20, interpolações e grifos nossos. No livro do Apocalipse, lemos sobre a obra universal de Cristo na Terra: "E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro  e abrir-lhe os selos, porque foste morto, e COM O TEU SANGUE COMPRASTE PARA DEUS OS QUE PROCEDEM DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO" Apocalipse 5:9, grifos nossos. Quem fez a compra dos pecadores, escravos de Satanás, do Pecado e da Morte? Resposta: Jesus Cristo. Qual foi o preço pago pela compra: Resposta: o sangue de Cristo. Para quem Jesus comprou todos os pecadores que habitam a Terra? Resposta: Comprou para DEUS. Que faz Deus com esses "escravos" da Terra, que Jesus comprou para Ele? Deus os deixa totalmente livres para escolherem a que "senhor" eles querem se unir. Cada pessoa é livre para fazer sua própria escolha a respeito de que "senhor" deseja para sua vida: Quer ser servo (escravo) de Satanás, o adversário de Deus? Ou deseja ser servo (escravo) de Jesus Cristo (de Deus)? Nossos anos de vida na Terra é somente para decidirmos a que "senhor" queremos servir. Você, irmão, já fez sua escolha definitiva? Você está feliz, contente, por ser servo de Deus? Ou vive triste com isso, e prefere voltar ao domínio do tirano Satanás?  Pense em sua vida espiritual hoje. Você está feliz em ser de Jesus? Ou vive murmurando e criticando por ser de Jesus, e está planejando voltar para o diabo?

 

Que você tome a decisão correta, e se alegre por ser de Deus. Cante este hino:

 

"Eu sou de Jesus, aleluia; de Cristo Jesus, meu Senhor! Eu quero falar! Eu quero cantar, do amor do meu Salvador!" (Hinário Adventista, 221).

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

 

 

 

 

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