terça-feira, 14 de dezembro de 2010

COMENTÁRIO DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA



 

LIÇÃO 12

 

GEAZI -  ERRANDO O ALVO

 

Verso para memorizar: "Sigam somente o Senhor, o seu Deus, e temam a Ele somente. Cumpram os seus mandamentos e obedeçam-Lhe; sirvam-nO e apeguem-se a Ele."   Deuteronômio 13:4.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Gênesis 39:4 a 6; II Reis 4; 5; 8:1 a 6; Jeremias 9:23 e 24; João 13:1 a 17; I Timóteo 6:10.

 

INTRODUÇÃO

 

Geazi foi um servo do profeta Eliseu. Ele ficou conhecido mais por haver cobiçado as riquezas do general sírio Naamã, o qual fora curado pelo profeta Eliseu. Naamã quis recompensar Eliseu pela cura, mas o profeta recusou isto terminantemente. Geazi achou que seu senhor, o profeta, fora tolo ao recusar as dádivas de Naamã, pois aquele dinheiro poderia ser de grande ajuda à "obra de Deus". Ele pensou como muitos pastores, de todas as igrejas, sem exceção, pensam hoje: Se uma pessoa foi agraciada com bênçãos do Céu, como uma cura ou um emprego, por que não ser grato materialmente por isto, fazendo doações ou ofertas de algum valor material? Com base nessa visão religiosa, muitos pastores quase que forçam a doação de algum valor financeiro, ou bens materiais, para sua igreja, afirmando que isto se trata de uma oferta de gratidão. Geazi pensou do mesmo jeito, e o profeta não concordou com sua forma de pensar. Geazi foi punido severamente por agir como agiu. Vamos aos fatos.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 12 de dezembro.

 

SERVIDÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: Gênesis 24:2 a 4; 39:4 a 6; Lucas 14:17; 17:7 e 8; João 13:1 a 17; Atos 2:18.

 

Era muito comum a pessoas de certas posses ter em casa um ou mais servos de estimação, pessoas que viviam para servir seus amos. Também os profetas mais destacados tiveram seus servos de profeta. Havia em Israel uma Escola de Profetas, escola esta onde jovens hebreus eram treinados para o ministério profético. Eles aprendiam o ofício e ministério servindo a um profeta experiente, o qual lhes servia de professor e treinador. Possivelmente este era o caso de Geazi, em relação a Eliseu. Também pode ter sido uma espécie de "menino de recado" do profeta. Eliseu já não era muito jovem, e sempre que necessário enviava Geazi para a realização de algumas missões mais simples, as quais não exigiam sua presença no lugar.

 

Geazi parecia dedicado em servir o profeta Eliseu. Ele tinha lá suas limitações, suas dificuldades em compreender algumas ordens e ações do profeta, pois esta compreensão estava aquém de sua formação. Geazi não era um profeta, mas apenas o servo do profeta. Toda a revelação divina vinha a Eliseu, o profeta que sucedeu ao profeta Elias, quando este foi arrebatado para o Céu. Geazi também não tinha a compreensão espiritual da vontade de Deus no mesmo nível de Eliseu. Vamos verificar isto no decorrer desta lição.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 13 de dezembro.

 

APRENDIZADO DE PRIMEIRA MÃO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Reis 4:8 a 31.

 

Vivendo na companhia de Eliseu, Geazi teve muitas oportunidades de ver, ouvir e vivenciar episódios bem singulares. Ele pode ver a mão de Deus atuando na vida de diversas pessoas, e muitos milagres ocorrendo através do ministério de Eliseu. Era uma aprendizagem de primeira mão. Ele viu os fatos acontecerem. Ele foi testemunha ocular desses fatos.

 

O capítulo 4 do segundo Livro dos Reis narra pelo menos quatro episódios miraculosos realizados por Eliseu, pelo poder de Deus, e em todos eles Geazi esteve presente e teve de agir sob as ordens de Eliseu, nem sempre crendo no resultado final. Geazi teve de ver para conseguir crer; (1) Eliseu aumentando o azeite de uma mulher viúva – 2 Reis 4:1 a 7;  (2) Eliseu faz a estéril sunamita dar à luz um filho; este filho morre, e, pelo poder de Deus, Eliseu o ressuscita – 2 Reis 4:8 a 37; (3) Os alunos da Escola de Profetas comem uma erva venenosa que puseram numa panela, sem o saber, e alguns adoecem; Eliseu ora a Deus em favor deles e o veneno perde seu efeito nocivo – 2 Reis 4:38 a 41; (4) Um certo homem trouxe ao profeta "vinte pães de cevada" para cem homens deles comerem; o que seria insuficiente. Eliseu ora a Deus, e pede a Geazi que reparta os vinte pães com os cem homens; Geazi protesta, dizendo que era insuficiente. Mas o pão deu para todos comerem e se fartarem – 2 Reis 4:42 a 44. Em todos esses episódios, Geazi pode aprender a maneira poderosa e efetiva como Deus atuava através de seu amo e professor, o profeta Eliseu.

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 14 de dezembro.

 

UMA QUESTÃO DE FÉ

 

Leitura Bíblica do Dia:  II Reis 5:1 a 19.

 

Naamã era general comandante do exército da Síria. Nesse tempo, a Síria havia invadido Israel, o reino do norte, e o submetido a pesados impostos. Naamã gozava de grande prestígio junto a seu rei, mas sofria muito com a lepra que o devorava aos poucos.

 

Numa dessas guerras entre Israel e os sírios, estes levaram para a Síria uma menina israelita, para ser serva na casa de Naamã, auxiliando a esposa deste nos serviços domésticos (II Reis 5:2). Era uma menina esperta, com boa mentalidade espiritual, e que confiava em Deus, e confiava nas revelações de Deus ao profeta Eliseu. Vendo seu amo sofrendo com a lepra, ela disse à esposa deste: "Tomara [quisera eu que] o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria de sua lepra." (II Reis 5:3). Aquela menina cativa deu a seus amos o mais expressivo testemunho de sua fé no Deus de Israel, e em Seu profeta (II Crônicas 20:20). Naamã ouviu isto, e foi falar com seu senhor, o rei da Síria, esperando deste uma mediação com o rei de Israel, para que ele, Naamã, pudesse ser curado pelo Deus de Israel. O rei da Síria concordou com Naamã e escreveu uma carta de apresentação ao rei de Israel, pedindo-lhe que agisse em favor de seu servo e general. Naamã levou ao rei de Israel, da parte do rei da Síria, "dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivais" (5:5).

 

Quando o rei de Israel recebeu aquela carta estranha, vinda do rei da Síria, pedindo cura para seu general mais destacado, ficou assustado, achando que o rei sírio o estava provocando, querendo invadir Samaria; para tanto, buscava somente um motivo, e este seria a recusa do rei de Israel em atender seu pedido. O rei de Israel pensou como político, e não teve a esperteza e sabedoria de encaminhar as coisas de maneira espiritual.

 

De uma certa maneira, o profeta Eliseu ficou sabendo do assunto. Ele mandou dizer ao rei de Israel: "Por que rasgastes as tuas vestes [em sinal de medo de que algo trágico ocorresse]? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel" II reis 5:8, com comentário nosso. "Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e os seus carros, e parou à porta da casa de Eliseu. Então Eliseu lhe mandou um mensageiro [possivelmente Geazi], dizendo: Vai, lava-te sete vezes no rio Jordão, e atua carne será restaurada; e ficarás limpo." (5:9 e 10, com comentário nosso). Naamã não gostou de duas coisas: (1) O profeta não veio pessoalmente falar com ele; (2) O profeta o mandou mergulhar sete vezes no rio Jordão, um rio de águas barrentas; por que ele não o mandara mergulhar nos rios da Síria, os quais tinham águas mais limpas?  Naamã irritou-se, sentiu seu orgulho ferido, e decidiu que não faria o que o profeta lhe mandara fazer. Nessa hora, alguns dos seus oficiais, agindo com sabedoria, aconselharam o general a fazer o que o profeta ordenara, da maneira como ordenara. Ele mudou de ideia, deixou de lado a soberba e o orgulho ferido, e seguiu o conselho de seus oficiais. Mergulhou sete vezes nas águas do Jordão, e a cura se operou, pelo poder de Deus. Vendo-se curado completamente, Naamã se dirigiu com sua caravana à casa do profeta Eliseu, a fim de mostrar-lhe sua gratidão pela bênção alcançada. Disse Naamã a Eliseu: "Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço aceites um presente do teu servo." (5:15). Eliseu respondeu com veemência: "Tão certo como vive o Senhor, em cuja presença estou, não o aceitarei." (5:16). Naamã insistiu, mas Eliseu recusou receber qualquer tipo de doação pela cura realizada. Então Naamã pediu a Eliseu que o permitisse levar para a Síria uma carga da terra de Israel, pois, a partir daquele momento, ele, Naamã, não mais se ajoelharia diante de ídolos mudos, mas adoraria somente ao Deus de Israel (5:17).  

 

Naamã chegou a Israel com pouca confiança; depois, perdeu toda a confiança. Aconselhado por ser oficiais, ele entrou nas águas do Jordão, mas não havia nele fé no Deus de Israel. Ele apenas estava cumprindo um ritual, de forma mecânica. Ainda não passara para o nível da fé em Deus. Somente depois da cura é que a fé lhe nasceu e se confirmou. Ele decidiu, depois de curado, abandonar a idolatria e servir e adorar somente ao Deus de Israel. A fé em Deus se manifestou então e as mudanças de vida, hábitos e costumes começaram a ocorrer, como no caso de Zaqueu (Lucas 19:1 a 10).

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 15 de dezembro.

 

A QUEDA DE GEAZI

 

Leitura Bíblica do Dia: II Reis 5:20 a 27.

 

Sempre que um cristão acha que pode confiar mais em si mesmo do que confiar na Palavra de Deus, a apostasia começa em sua vida pessoal. Assim aconteceu a Geazi, servo do profeta Eliseu. Ele cobiçou os bens materiais trazidos por Naamã e recusados por Eliseu. Geazi ficou fora de si quando viu o profeta Eliseu recusar receber as dádivas de Naamã. Ele pensou que Eliseu estava sendo orgulhoso e tolo ao fazer isto. Geazi esteve ali, junto a Eliseu, vendo e ouvindo tudo. Geazi ficou com raiva do profeta por haver este recusado as doações de Naamã. Que fez Geazi, logo que Naamã saiu de volta para a Síria? Geazi correu em busca de Naamã, sem dizer nada a Eliseu, e, falando coisas mentirosas, convenceu Naamã a lhe entregar alguma doação, dizendo que estava ali a pedido do profeta Eliseu. Naamã lhe entregou "dois talentos de prata" e "duas vestes festivais". Geazi retornou alegre, imaginando que fizera a coisa certa, e também pensando que, neste assunto, fora mais esperto que o profeta. Ele guardou tudo o que recebera de Naamã, e veio ficar na presença de Eliseu, como se nada de errado tivesse feito. Eliseu lhe perguntou: "Donde vens, Geazi?" Ele respondeu: "Teu servo não foi a parte alguma." No entanto, Eliseu lhe disse: "Porventura não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, bois e ovelhas, servos e servas? Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu ele da presença de Eliseu leproso, branco como a neve." (II reis 5:22 a 27).

 

Se Geazi soubesse que sua esperteza terminaria em lepra jamais teria agido de maneira contrária à Palavra de Deus. Não foi compensador ter recebido aquelas dádivas. A culpa não foi de Naamã, mas do próprio Geazi. Ele cobiçou as coisas materiais, e até mentiu e trapaceou para alcançá-las. Geazi seguiu a filosofia seguida por muitos pastores e líderes religiosos, católicos e protestantes, de nossos dias: "Os fins justificam os meios".

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 16 e 17 de dezembro.

 

VIVENDO DO PASSADO

 

Leitura Bíblica do Dia: II Reis 8:1 a 6.

 

Vários anos se passaram. Veio sobre Israel um novo período de estiagem e fome. Eliseu foi até à casa da mulher sunamita, a quem ele ressuscitara o filho, e lhe disse que deixasse o reino de Israel e fosse morar em outras terras. Ela abandonou tudo o que tinha e foi para outro país, onde viveu por cerca de sete anos.

 

"Ao cabo de sete anos, a mulher [sunamita] voltou da terra dos filisteus e saiu a clamar ao rei [de Israel] pela sua casa e por suas terras." (2 Reis 8:3). Ela queria que lhe devolvessem as terras que lhe pertenciam, mas o rei relutava em fazer isto, pois não estava certo de que aquelas terras pertenciam àquela mulher. Então o rei de Israel chamou Geazi, e pediu a este que lhe contasse todas as grandes obras que o profeta Eliseu realizara antes disto. Geazi abriu a boca e quase não parou mais de falar ao rei sobre todas as coisas excelentes e miraculosas que seu senhor, o profeta Eliseu realizara, pelo poder de Deus. Ele fora testemunha ocular de todos os fatos narrados, e seu testemunho foi recebido pelo rei como fidedigno. Em relação à mulher sunamita, Geazi contou em detalhes tudo o que acontecera, oferecendo ao rei riqueza de detalhes em sua narrativa. Então o rei de Israel chamou um oficial e mandou fazer um levantamento de todos os bens que pertenciam antes à sunamita, ordenando que esses bens lhe fossem devolvidos em sua totalidade. O testemunho de Geazi foi fundamental para que a justiça fosse feita à mulher sunamita. Ele, agora, vivia dos fatos do passado; de um tempo em que ele era feliz ao lado do profeta Eliseu, e não entendia assim. Geazi teve diante de si todas as oportunidades de ser fiel a Deus da maneira como viu seu senhor Eliseu ser fiel. O testemunho diário de fidelidade a Deus, que o profeta lhe dava, era mais do que suficiente para ele, Geazi, ter uma vida de fé e lealdade a Deus. Mas Geazi optou pelos ganhos materiais e se descuidou de ser fiel a toda palavra que procede da boca do Senhor. Agora, já leproso, Geazi vivia do passado. Já não mais podia ser o servo do profeta. Tinha de se recolher da sociedade, e terminar seus dias em recolhimento e tristeza. Fica o exemplo dele para todos nós que nos declaramos crentes no Deus de Israel. Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos dê sabedoria para tomar as decisões que sejam mais acertadas.

 

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário