segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A “LOUCURA” DO PROFETA

Verso para Memorizar: "Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos."  I Timóteo 6:10, NVI.

 

LEITURAS BÍBLICAS DA SEMANA: Números 22 a 24; Deuteronômio 1:30; 20:4; Mateus 15:14; I Coríntios 2:14; II Pedro 2:14 a 16; Apocalipse 3:17.

 

INTRODUÇÃO

 

Toda pessoa normal gosta de ter dinheiro e bens materiais. Isto é a coisa mais comum em qualquer ser humano. Todos gostam de viver confortavelmente, tendo uma boa casa para morar, um bom carro para atender aos negócios e necessidades da família, bons móveis e bons utensílios, uma renda que garanta o sustento da família e alguma reserva financeira para as emergências, um bom plano de saúde, e coisas semelhantes a estas. Não existe pecado nenhum em um cristão possui com normalidade todas essas coisas, desde que as conquiste honestamente, fruto de um laborioso, inteligente e dedicado trabalho profissional. No entanto, nem todas as pessoas sabem lidar com a posse de bens materiais. Existem pessoas, mesmo na igreja – ou especialmente na igreja – que sofrem alteração de comportamento quando entram na posse de bens materiais. Alguns se isolam dos demais, alienando-se de pessoas amigas. Outros, ficam muito egoístas, e roubam a Deus nos dízimos e nas ofertas, e roubam os governos, negando o pagamento de tributos e impostos. Outros, ainda, usam o dinheiro para exercer domínio sobre pessoas, de dentro e de fora da igreja, pisando nessas pessoas. Outros há que se tornam cobiçosos pela posse de maiores riquezas, comprando casas e mais casas, carros e mais carros, lojas e mais lojas, coisas que excedem sua capacidade pessoal de as administrar. Essas coisas materiais exercem tal domínio sobre essas pessoas, que seu pensar só consegue ser dirigido a isto. Esses bens – móveis, imóveis e automóveis – que deveriam ser uma bênção para o cristão, tornam-se em maldição, "espinhos" (Mateus 13) que sufocam a plantinha chamada salvação, não a deixando tornar-se árvore frondosa na vida desse cristão. Sua riqueza o sufoca, o aliena, o mata. Logo, "de que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?", perguntou Jesus.

 

Balaão era um profeta de Deus que viu na função profética uma oportunidade para ganhar dinheiro e bens materiais. Ele se assemelha a alguns pastores e líderes religiosos, defensores da "Teologia da Prosperidade", que veem na igreja e na função religiosa uma oportunidade para tirar para si mesmo vantagens pecuniárias, ganhando muito dinheiro, tornando-se rico. Balaão cobiçou as dádivas oferecidas pelo rei Balaque, de Moabe, e seguiu com ele para fazer o mal ao povo de Deus, mesmo sabendo que isto contrariava o propósito de Deus para Israel. Vejamos na lição desta semana como as coisas aconteceram lá pelos lados de Moabe.

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 29 de novembro.

 

UM REI TEMEROSO E ILUDIDO

 

Leitura Bíblica: Gn 48:21; Êxodo 15:1; Números 22:1 a 6; Dt 1:30; 20:4.

 

Balaque, rei de Moabe, soube de tudo o que Israel fizera a Seom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, e temeu por sua terra e seu domínio. Ele "teve grande medo desse povo, porque era muito..." (Nm 22:3). Balaque sabia que morava em seu território um "vidente" que adorava ao mesmo Deus adorado pelos israelitas. Então ele mandou mensageiros a este vidente, oferecendo-lhe ricos e belos presentes, caso o vidente aceitasse amaldiçoar o povo de Israel. Balaque, sendo agoureiro e adorador de ídolos, acreditava em magia, artes mágicas e feitiçaria. E ele não distinguia o que era um profeta de IAVÉ e o que era um feiticeiro e mago. Para ele, tudo era a mesma coisa. Balaão , o vidente que morava em Moabe, ficou impressionado com os presentes que lhe foram oferecidos. Cobiçou os presentes e desejou possuí-los. Viu naquela oportunidade uma chance de ganhar bens materiais e ficar rico e famoso. Aquilo poderia ser o início de uma longa aliança com o rei Balaque, e uma fonte de recursos para o vidente. O que Balaque queria que Balaão, o vidente, fizesse? Ele queria que Balaão amaldiçoasse o povo de Deus e sua jornada para Canaã. Na verdade, Balaque era um aliado de Satanás, o qual usou Balaque para bloquear o propósito de Deus e o avanço do povo de Deus para seu objetivo final, a conquista de Canaã. Se Balaão aceitasse o pedido de Balaque, estaria unindo-se a Satanás, o adversário, para causar transtornos ao povo de Deus. Balaão, impressionado com as dádivas que lhe foram oferecidas, foi consultar ao Senhor sobre o assunto, mesmo sabendo que Deus não aprovaria o pedido do rei Balaque. O que deveria Balaão ter feito imediatamente? Recusado a proposta. Cortaria pela raiz o mal. Mas Balaão, cobiçoso como muitos cristãos adventistas (e não adventistas), arriscou-se no campo do inimigo de Deus. Pensou que Deus ficaria impressionado com aquelas coisas oferecidas. Deus não estava de acordo que Balaão dialogasse com Balaque sobre o assunto em pauta. Deus estava à frente do Seu povo naquela caminhada, a qual já se fizera longa demais, e não permitiria mais recuos ou impedimentos.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 30 de novembro.

 

BALAÃO

 

Leitura Bíblica: Números 22:7 a 21.

 

Quem era Balaão? 

 

Ellen White escreveu em seu maravilhoso livro "Patriarcas e Profetas", pág. 439:  "Balaão já havia sido um bom homem e profeta de Deus; mas havia caído em apostasia e se entregara à cobiça; todavia professava ainda ser servo do Altíssimo. Não ignorava a obra de Deus em prol de Israel; e quando os enviados [de Balaque] comunicaram sua mensagem, bem sabia que era seu dever recusar as recompensas de Balaque e despedir seus embaixadores. Mas se arriscou a contemporizar com a tentação."

 

Balaão não era Israelita. Possivelmente tinha-se tornado adorador de IAVÉ pelo testemunho dado, no passado, pelos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, em suas peregrinações por Canaã, quatrocentos anos antes do Êxodo. Pode ser que a família, ou algum antepassado remoto de Balaão, tenha sido adorador de IAVÉ, e passou esse costume aos seus familiares. O certo é que pouca coisa é dita sobre Balaão, na Bíblia. E o que sabemos é que ele era "vidente", profeta, e adorava o Deus de Israel. Portanto, Balaão era um monoteísta, vivendo em uma região repleta de politeístas. Um caso raro, e que chamava bastante a atenção das demais pessoas, todas elas politeístas. Balaque, rei de Moabe, achou que Balaão era um profeta com maiores poderes para amaldiçoar Israel, do que os magos e feiticeiros moabitas. Talvez ele tenha feito tal pedido aos magos e feiticeiros de Moabe, e estes, com medo do Senhor, o Deus de Israel, tendo em vista o que o Senhor fizera ao Egito e a Faraó, a Seom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, tenham recusado a empreitada, achando-se aquém da tarefa pedida. O fato é que Balaque viu em Balaão a pessoa certa para a nefasta empreitada. Talvez já corresse em Moabe a fama de que Balaão era adepto da "Teologia da Prosperidade", e recebia dinheiro para fazer suas consultas de vidente e profeta. O certo é que o rei Balaque não chegou até Balaão por acaso. Alguma informação ele recebeu sobre o "vidente".

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 01 de dezembro.

 

CONFRONTO SOBRENATURAL

 

Leitura Bíblica: Números 22:22 a 34. Sofonias 1:17; Mateus 15:14. Apocalipse 3:17.

 

Mesmo Deus o aconselhando a não seguir com os mensageiros de Balaque, ainda assim Balaão insistiu em sua desobediência e foi. "Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi; e o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário..." Nm 22:22. Preste atenção neste detalhe: Nunca chame Deus para brigar com você; chame Deus para brigar por você. Balaão, ao agir de forma contrária à vontade de Deus, estava comprando uma briga com o Deus de Israel. O "Anjo do Senhor" se pôs em frente à jumenta na qual Balaão estava montado, e esta se desviou do caminho, assustada. Balaão, que era vidente mas não conseguia ver naquele momento, pois estava em apostasia, ficou irado contra a jumenta e a surrou impiedosamente. Nessa luta de Balaão contra sua jumenta, ele não prestou atenção no fato de que a jumenta "falou" algo para ele. Disse a jumenta a Balaão: "Que te fiz eu, que me espancaste já três vezes?" (Nm 22:28). Sem pensar que estava falando com um animal, e não com uma pessoa, Balaão respondeu à jumenta: "Porque zombaste de mim; tivera eu uma espada na mão, e, agora, te mataria" (Nm 22:29). O fato sobrenatural era uma jumenta falar. Mas o fato inusitado foi Balaão ter respondido à jumenta, sem prestar atenção ao fato de que bichos não falam. Ali estava desenhado o Grande Conflito entre Deus e Satanás, entre o Bem e o Mal.

Muitas vezes o mesmo acontece conosco, adventistas do sétimo dia. Ficamos tão cegos em nosso procedimento, que não damos ouvidos às razões do Senhor, o qual, mediante o Espírito Santo, fala à nossa mente, nos indicando o caminho certo a seguir e a coisa certa a fazer. Mesmo conhecendo "a Lei e os Profetas"; mesmo sabendo a vontade de Deus, ainda assim agimos como que por instinto, sem fazer uso da razão, do entendimento iluminado, e pecamos contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos. Somos teimosos, irreverentes, apóstatas, e procedemos como se nada soubéssemos dos propósitos e vontade de Deus, expressos na Bíblia. Agimos como se fôssemos ignorantes, mas o fato é que sabemos o que é certo, mas peitamos a Deus, e fazemos a coisa errada, numa espécie de auto-afirmação diante de Deus. Queremos mostrar a Deus que não O tememos, nem pretendemos que Ele reine sobre nós (leia Romanos 1:18 a 32). Este é o pecado voluntário, pecado que escolhemos e decidimos pecar, desafiando a Lei e o Governo de IAVÉ. É o pecado mais perigoso, pois é pecado para a morte eterna. Quando você está tão determinado a pecar contra a vontade de Deus, você não dará ouvidos nem a um anjo do Céu, se o mesmo vier para convencer você a não pecar. É assombroso isto!

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 02 de dezembro.

 

"A MORTE DOS JUSTOS"

 

Leitura Bíblica: Números 23:5 a 10. Romanos 3:20 a 24. I Coríntios 15.

 

Balaão, em sua profecia sobre o futuro e sucesso de Israel, disse entre outras coisas: "Que eu morra a morte dos justos, e o meu fim seja como o dele [como o fim de Jacó/Israel]" Números 23:10. Mas não foi assim. Logo depois desse episódio, quando Deus transformou as maldições que Balaão proferiria contra Israel em bênção, Balaão aconselhou o rei Balaque a preparar uma festa ao deus (ídolo) Baal, e chamar homens e mulheres israelitas para participarem. Sob o conselho de Balaão, o festim (carnaval) foi preparado, tendo muita música, danças, bebidas alcoólicas, adoração a Baal, risos, pilhérias, palavrões, maldições contra Israel, louvor aos ídolos de Moabe, tudo visando atrair Israel para a apostasia, para a idolatria, para a bebedeira, para a promiscuidade sexual. E os israelitas se deixaram levar pela tentação, participando de coração e alma da festa moabita. Israel pecou contra Deus e Sua Lei Moral. Vamos estudar um pouco mais este assunto na lição da próxima semana. Estamos contando um pouco dos fatos aqui, pois Balaão, em sua profecia, expressou o desejo de morrer "a morte dos justos". Mas Balaão não era mais um "justo", mas um apóstata. Ele morreu a morte de um apóstata. Seu corpo foi encontrado entre os mortos na chacina que o Senhor realizou contra os rebeldes da festança em honra a Baal. Somente os "justificados pela fé no Senhor" é que morrem "a morte dos justos". Um apóstata, infiel e desobediente a Deus, não pode morrer "a morte dos justos", e ressuscitar na primeira ressurreição (Ap 20:6).

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 03 e 04 de dezembro.

 

ESTRELA E CETRO

 

Leitura Bíblica: Números 24.  Mateus 2:1 e 2.

 

"Vê-lo-ei [o Rei Messias-Cristo, nascido de Judá], mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto [Balaão não morreu a "morte dos justos" e, por isso, não verá o Rei Jesus, de perto, pois, possivelmente, não subirá em glória com Jesus, o Messias-Cristo, para a Casa do Pai, quando da "Parousia"]. Uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro..." (Nm 24:17, interpolações e comentários nossos).

 

Balaão estava profetizando várias coisas importantes, tanto em relação a si mesmo, como em relação à vinda do Rei Messias-Cristo, Jesus de Nazaré. Diz a Bíblia Sagrada (Mateus 2:1-2) que quando Jesus nasceu, uma estrela guiou os sábios do Oriente, em sua viagem até Belém, para verem o Rei recém-nascido. Em relação ao "cetro", Balaão estava profetizando que o Messias-Cristo, que nasceria em Belém de Judá, seria um Rei. Jeremias confirma isto (Jeremias 23:5-6). Isaías declarou que o Messias seria o "Príncipe da Paz" (Isaías 9:6). Miquéias escreveu profeticamente: "E tu, Belém Efrata, pequena de mais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Miquéias 5:2. Quem reina é um rei. Pilatos, governador romano que interrogou Jesus de Nazaré, lhe perguntou: "És tu o rei dos judeus?" (João 18:33). Depois da resposta que Jesus lhe deu, Pilatos insistiu no assunto: "Logo, tu és rei?" (João 18:37). A resposta enfática de Jesus de Nazaré foi: "Eu para isto nasci, e para isto vim ao mundo..." (18:37). Balaão estava profetizando, mais de 1.400 anos antes que o fato ocorresse, que o Rei Messias-Cristo, o Ungido de Deus, viria para Israel, e nasceria na tribo de Judá, na família de Davi, na cidade de Belém Efrata. Balaão também profetizou: "Vê-lo-ei, mas não agora...", indicando que ele, Balaão, veria o Messias, mas O veria muitos anos depois, em sua ressurreição dos mortos. Disse ainda: "Contemplá-lo-ei, mas não de perto...", profetizando que ele, Balaão veria o Messias, mas não O veria "de perto", assim como os "justos pela fé" verão Jesus no dia da Parousia, isto é, quando Jesus vier em glória e majestade, na companhia de todos os Seus anjos (leia Mateus 16:27 e 25:31). Balaão não morreu a "morte dos justos", como ele desejava, mas morreu a morte de um homem em apostasia. E estes não verão Jesus "de perto", quando Ele vier em toda a Sua glória, como "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Ap 19:16).

 

Daí surge uma pergunta para você, meu irmão adventista de hoje: "Como você verá o Rei Jesus, no dia da Sua vinda?  Vê-lo-á de perto, e O seguirá rumo à Casa do Pai? Ou vê-lo-á "mas não de perto", pois não irá com Jesus para o Céu, a Casa do Pai, pois se desviou da fé e seguiu caminhos de apostasia? Como você verá o Rei Jesus nesse Dia da Parousia?  Pense bem nisto, e prepare-se como é preciso para subir junto com Jesus para a Casa do Pai (I Tessalonicenses 4:16-17).

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho



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