terça-feira, 27 de outubro de 2009

DAS MURMURAÇÕES À APOSTASIA

Verso para Memorizar: "Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no Universo." Filipenses 2:14 e 15, versão NVI.

 

LEITURA BÍBLICA DA SEMANA: Números 11 a 14.

 

INTRODUÇÃO

 

Nenhuma pessoa costuma apostatar da fé do dia para a noite. Acontece um processo lento de deterioração da confiança em Deus, o qual torna-se visível por meio de críticas à Igreja, aos irmãos, aos atos divinos, aos exercícios espirituais, ao culto. A pessoa começa a agir como murmuradora, reclamando de tudo, achando que as coisas na Igreja e na religião poderiam ser melhores. Tal pessoa vê defeito em tudo e em todos. Critica a tudo e a todos. Vê somente os atos falhos dos dirigentes da igreja local, nacional e mundial. Demora-se por muito tempo em observar a vida dos irmãos, criticando-lhes a vida e as atitudes. Torna-se severo juiz de seus irmãos, e emite sentença condenatória para cada um deles. Acha-se superior a seus irmãos em Cristo, e não gostam de estar junto deles; por isso, aliena-se, afasta-se, apostata. Volta para o mundo. Some da igreja. E quando não some, torna-se pedra de tropeço para seus irmãos.

 

Na lição desta semana veremos como milhares de israelitas procederam assim, durante o Êxodo e qual foi o final da vida deles. Não repita, pois, o mesmo erro deles, pois as consequências para você serão piores ainda!

 

LIÇÃO DE DOMINGO, dia 25 de outubro.

 

O PECADO DA INGRATIDÃO

 

Leitura Bíblica: Números 11.

 

Quem já recebeu uma ingratidão vinda de uma pessoa amada, que faz parte do círculo familiar ou dentre os amigos mais achegados, sente o quanto a ingratidão doi na alma e no coração. Um pai que recebeu a ingratidão de um filho; uma mãe que já sofreu essa dor aguda; um irmão que cuida de outro irmão e recebe em troca críticas e patadas. Deus sabe o que é receber ingratidão vinda dos humanos moradores do planeta Terra. Jesus Cristo, Deus feito humanidade, sabe o que a ingratidão de Seu povo, Israel, significa. João escreveu sobre Jesus: "Veio para o [aqueles que] era seu, mas os seus não O receberam." João 1:11, interpolação nossa. Quer dor maior do que esta? 

Moisés sofreu muito, durante quarenta anos, a ingratidão dos israelitas. O capítulo 11 do livro de Números registra a consumação dessa ingratidão. IAVÉ havia retirado todo povo de Israel de um cativeiro massacrante. Mais de 400 anos eles haviam passado no Egito, grande parte desse tempo sob o chicote do feitor, sujeitos a trabalhos forçados. Deus os tirou de lá, cuidou deles, foi sobra durante o dia e luz durante a noite; alimentou-os com o pão do Céu; fez sair água da rocha para saciar a sede deles. Deus foi Pai e Mãe para Israel. Como responderam eles a Deus? Com grosseria, patadas, rejeição e recusa a obedecer às leis que Deus estabelecia. Um povo ingrato, rebelde e maldizente, que criticava tudo o que Deus fazia. Criticavam a Moisés; criticavam a Deus. Falavam mal de tudo. Queriam voltar às panelas de carne e às comidas que havia no Egito. Preferiam a escravidão aviltante mais do que a liberdade sob as vistas e cuidados de Deus. Foram uma lástima perante o Senhor por quarenta anos de caminhada. Gente ingrata, rebelde, agressiva, sem educação, sem respeito pelo seu Deus e pelo seu líder Moisés.

Será que as coisas são diferentes hoje, na Igreja Adventista do Sétimo Dia? Será que nossa Igreja, local, nacional e mundial se livrou das pessoas ingratas? Será que nosso povo adventista está curado do ato de murmurar, contra Deus e contra os dirigentes?  Nada disso! A história se repete na vida da Igreja hoje, em todos os lugares. Ingratidão, crítica azeda, má vontade para com Deus, rejeição das ordens divinas, prevalência do "EU"; cada um quer fazer o papel de Deus, e pensa que se fosse Deus faria as coisas de maneira diferente. Repete-se a experiência de Caim, na vida do povo adventista hoje. No ministério, no ancionato, no diaconato, nos departamentos, no meio da membresia prevalece a crítica, a murmuração, a rejeição às ordens divinas. A apostasia corre solta. Cada um na igreja faz o que bem quer, seguindo uma experiência de cristão autônomo, sem querer vínculo nem dependência das normas estabelecidas. E quanto mais dinheiro tem, mais rebelde é, pois confia em sua posição social (e cultural) para desafiar os estatutos e normas da Igreja. Pessoas topetudas, arrogantes, ingratas, cheias de si, orgulhosas, blasfemas, debochadas, cínicas até, muitas delas liderando a Igreja em todos os níveis. O pastorado e o ancionato muitas vezes têm medo dessas pessoas, de sua rede de influência. Muitos dirigentes se juntam a essas pessoas arrogantes e fazem com elas aliança, por causa do dinheiro que elas dão para ocasionalmente para a Igreja. O pecado dos ricos parece significar menos do que o pecado dos pobres. Punem-se os pobres e passam por alto os pecados dos ricos e dominadores. Tudo isto é agir errado e levar a Igreja à apostasia que a corrompe. Tudo isso é ingratidão a Deus. Fere o coração de Deus. Deixa-O triste. A Vinha, que Deus esperava que desse uvas boas, doces, deu uvas bravas, azedas e travosas (leia Isaías 5). Essa Vinha ingrata, que age ao contrário do que Deus espera, foi, no passado, o Israel étnico, nacional. Hoje, a mesmíssima história se repete na Igreja Adventista e nas demais igrejas em geral.

 

LIÇÃO DE SEGUNDA-FEIRA, dia 26 de outubro.

 

PRESSÕES NA LIDERANÇA

 

Leitura Bíblica: Êxodo 32 e Números 11.

 

Os israelitas foram tão duros e agressivos com Moisés, e o criticaram tanto, que Moisés entregou seu cargo a Deus. Ele sentiu a carga pesada demais. E era realmente pesada. Eram quase dois milhões de israelitas. Moisés tinha de cuidar deles em tudo. Pareciam crianças birrentas e brigonas. Imaturos, irreverentes, murmuradores, nada os satisfazia. Se estava quente, queriam frio; se estava frio, queriam calor. Tudo lhes parecia defeituoso. Levantaram para si um ídolo, um "bezerro de ouro", fabricado pelo vice-diretor Arão. Este foi frágil sob pressão. Queria ser um líder politicamente correto, daqueles que tenta agradar a todo mundo na congregação. Ainda hoje há pastores e anciãos assim dirigindo a Igreja. Pessoas que não pensam em servir a Deus com certeza e determinação, mas que estão prontas a seguir a direção da maré. Para onde a multidão se inclinar, aí vai o líder com eles, quando deveria ser exatamente o contrário. Moisés era firme na liderança. Mas trabalhava sozinho. Não havia ainda aprendido a trabalhar em equipe. Foi a partir desse "stress" sofrido por Moisés, depois de ser pressionado de todos os lados, que ele entregou o cargo a Deus. Deus ordenou que fossem escolhidos dentre o povo "SETENTA ANCIÃOS" para ajudarem Moisés a administrar a comunidade de Israel (Números 11:16 a 30). Foi um alívio para Moisés. Ele ficaria com os assuntos mais difíceis, e sua nova equipe resolveria os assuntos mais fáceis.

A Igreja geralmente não vai além nem acima de seu dirigente. Para onde vai o dirigente, a Igreja o segue. Pode haver exceção à regra, mas no geral é assim. Se numa Igreja predomina a apostasia, é porque seus dirigentes mais expressivos estão permitindo que seja assim. Pastores e anciãos têm com Deus o compromisso de serem fiéis à Bíblia Sagrada. "A Bíblia e somente a Bíblia como única regra de fé e prática religiosa", este é um princípio bem evangélico-protestante. O pastor e os anciãos não devem ficar com medo da congregação. Também não devem dominá-la de forma ditatorial. Mas a Igreja precisa saber que tem um líder eficaz, capacitado, cristão sincero, amigo de todos, que leva a sério esse negócio de liderar o povo de Deus. A multidão é como uma criança. As crianças e os adolescentes testam seus pais, para ver até onde eles permitem eles irem. Se nada lhes é dito sobre seus limites, e se estes não são impostos a eles ou negociados com eles, eles vão em frente, e a tragédia é total. O mesmo faz a comunidade com seus líderes. A comunidade os testa, para saber até onde esses líderes os deixam ir sem controle e sem limites. Se os líderes não definem esses limites, nem negociam com eles esses limites, eles vão em frente, passam por cima de sua liderança, a atropelando, e vão em frente, rumo à tragédia espiritual de uma vida saem limites. Em muitas igrejas nossas, hoje, essa tragédia de uma comunidade cristã sem respeitar seus limites já está acontecendo em alguns lugares. Será que em sua igreja local está sendo assim? É bem melhor que não o seja!

 

LIÇÃO DE TERÇA-FEIRA, dia 27 de outubro.

 

CONFLITO FAMILIAR

 

Leitura Bíblica:  Números 12.

 

Os conflitos que Moisés enfrentou, durante o Êxodo, chegaram ao seu círculo mais íntimo, o círculo familiar. Miriã e Arão, irmã e irmão de Moisés, o auxiliavam bastante. Miriam gostava de motivar as mulheres, cantando com elas enquanto caminhavam. Ela fez isto muito bem, logo que, pelo poder de Deus, atravessaram o mar vermelho a pé enxuto (leia Êxodo 14 e 15). Arão foi escolhido por Deus para ser o Sumo Sacerdote em Israel, dando início ao sacerdócio dos levitas. Eram bons líderes, mas nenhum deles estava no mesmo nível de Moisés.

Quando Moisés fugiu do Egito para Mídia (leia Êxodo 3), ele achou abrigo junto à família de Jetro, sacerdote de Mídia, homem íntegro, que negociava com rebanhos de ovelhas. Jetro não era israelita. Logo, Moisés casara com uma mulher não israelita chamada Zípora. Esta deu a Moisés dois filhos. Durante o Êxodo, Zípora e as crianças tinham ficado em Mídia, com seu pai. Agora, quando Jetro veio visitar Moisés no deserto, trouxe-lhe a esposa e os dois filhos para ficarem com ele. Agora Moisés tinha de volta sua família, a qual não era até ali conhecida de Arão e de Miriã. Quando Jetro aconselhou Moisés a escolher uma equipe de homens para ajudá-lo a administrar todas as questões em Israel, deixando de levar o fardo sozinho, Moisés aceitou o conselho de Jetro, depois de consultar ao Senhor (leia Êxodo 18). Isto provocou ciúmes em Miriã e Arão. Um homem não israelita dá conselhos a Moisés, sobre como liderar Israel, e Moisés aceita, fazendo exatamente como ele dissera. Miriã e Arão achavam que eles já ajudavam bastante a Moisés, e não havia necessidade da nomeação de novos líderes. Afinal, eles vieram fazendo seu trabalho junto com Moisés desde o Egito. Então Miriã e Arão se juntaram para criticar Moisés, porque este casar-se com uma mulher não israelita, uma mulher cuxita. E o pai dessa mulher, também não israelita, exerce influência forte sobre Moisés no que se refere à administração da comunidade de Israel. Foram críticas duras e amargas de seus próprios irmãos, que Moisés sofreu. "Eles diziam: "Ele pensa que é o único líder aqui? Ele pensa que Deus fala somente com ele? "Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós?" (Números 12:2).

Deus não gostou nada das observações maldosas feitas por Miriã e Arão contra seu irmão Moisés, e os puniu com severidade. Deus mandou que os três irmãos saíssem de suas respectivas tendas, e lhes falou o seguinte: "Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele Me faço conhecer, ou falo com ele em sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente, e não por enigmas, pois ele vê a forma [não a face] do Senhor; como, pois, não temestes falar contra o meu servo? Contra Moisés?" (Números 12:6 a 8). Então o Senhor Deus se afastou na nuvem, e Miriã ficou leprosa durante sete dias. Ela foi afastada do arraial, como mandava as leis de saúde, e ficou detida fora do arraial de Israel por sete dias. O mesmo não ocorreu a Arão por ser ele o Sumo Sacerdote, e não poder ficar imundo com a lepra. Também o fato de a punição mais forte vir sobre Miriã revela que ela iniciou a rebelião contra Moisés, seu irmão. Era mulher com ciúme de mulher.

Esses ciúmes também acontecem na Igreja, quando alguém recebe um cargo que era pretendido por outro irmão. Então ele passa a desenvolver a operação cupim, destruindo a honra e a obra que o irmão foi comissionado pela Igreja realizar. Isto é pecado diante do Senhor, e não ficará impune.

 

LIÇÃO DE QUARTA-FEIRA, dia 28 de outubro.

 

NA FRONTEIRA

 

Leitura Bíblica: Deuteronômio 1:19 a 23. Números 13.

 

Em muitos países, a região de fronteira é terra de ninguém. Os piores crimes ocorrem exatamente na área de fronteira entre um Estado e outro, entre um país e outro.

Ao chegarem à fronteira de Canaã, a terra da promessa, Israel acampou. Deus mandou Moisés escolher doze homens, um de cada tribo, para visitarem a terra onde iriam morar. Deveriam eles fazer um relatório completo de sua visita ali, como espias, e trazer alguns frutos que a terra produzia. Eles teriam quarenta dias para realizarem esta missão de espionagem.

Passados os quarenta dias, os doze israelitas retornaram ao acampamento, trazendo consigo exemplares de frutos da terra espionada, frutos muito bonitos, os quais revelavam que a terra onde iriam habitar era um lugar fértil e produtivo de boas colheitas. Isto os deixou alegres. Era uma cena muda. Os israelitas que lá não estiveram olharam os frutos e se alegraram. O problema sério começou quando os espias começaram a falar a Moisés e ao povo, dando seu relatório. Exaltaram a fertilidade do solo e apontaram para os frutos ali produzidos. Mas quando começaram a falar sobre os moradores da terra espionada, e de suas cidades fortificadas e muradas, multiplicaram acentuadamente as dificuldades que encontraram, realçando a impossibilidade da conquista de Canaã. Ao ouvir todo o relatório, praticamente toda (nem sempre é todo mundo, como alguns pensam) a congregação de Israel caiu em choro total. Com as lágrimas vieram as críticas; com as críticas as agressões verbais; com as agressões, as agressões físicas. Quase que eles trituram Josué e Calebe, por estes concordarem com o relatório deles somente em parte, e por tentarem animar o povo a ter fé em Deus. Voltaram sua ira sobre Moisés, e fizeram deste seu alvo preferido, como havia acontecido desde o Mar Vermelho até ali. Choravam e se maldiziam, rogando pragas contra Moisés; se maldiziam e choravam, maldizendo Moisés. Virou tumulto total. Os ânimos ficaram acirrados, e ninguém entendia ninguém. A multidão ficou incontrolável, e explodiu em revolta: contra Josué e Calebe, espias que não concordaram com a totalidade do relatório; contra Moisés, que os tirara do Egito; contra Deus, que mandara Moisés os tirar do Egito; contra eles mesmos, por terem confiado em Moisés e em Deus, e terem saído do Egito.

Josué e Calebe, dois homens crentes, fiéis a Deus e a Moisés, líderes natos, homens de honra, corajosos, audazes pelo Senhor, não tiveram medo de não serem politicamente corretos. Eles sabiam que corriam risco de vida, ao ficarem contra os dez outros espias e contra a turba revoltada, mas não deixaram de fazer o que é certo por causa disso. Eles não agiram como um "Maria-vai-com-as outras", sem convicção pessoal, sem saber o que queriam da vida e para a vida. Eles se levantaram por Moisés e pelo Senhor, e repreenderam os medrosos e maldizentes, reafirmando sua fé no Deus Eterno. Foi um lindo espetáculo de fé que Josué e Calebe proporcionaram a uma congregação apóstata, murmuradora e incrédula. Estes, sim, eram líderes confiáveis e determinados. Nada os fazia negar a verdade.

 

LIÇÃO DE QUINTA E SEXTA-FEIRAS, dias 29 e 30 de outubro.

 

DE VOLTA PARA O EGITO

 

Leitura Bíblica:  Números 14.

 

Ao ouvirem o relatório dos espias, os agitadores de plantão, presentes no acampamento de Israel, se aproveitaram logo da situação e agitaram ainda mais a ira do povo contra Moisés. Era gente recalcada, enciumada de Moisés, pessoas perigosas, não confiáveis, linguarudas, críticas, pessoas que passavam o dia andando pelo acampamento e anotando as coisas erradas que aconteciam, para iniciarem um movimento de contestação a Moisés e aos dirigentes a este associados. Foram exatamente esses agitadores em Israel que se aproveitaram do tumulto, da confusão, do caos que reinou no acampamento por algum momento, para insuflarem a contenda e a murmuração, multiplicando o sentimento de revolta, e propondo uma solução alternativa à da conquista de Canaã, que era a proposta original de Deus: "Voltemos todos para o Egito, pois lá nós somos escravos mas continuamos com vida. Não sigamos mais a este Moisés, pois ele está confuso, já deu o que tinha de dar, e não tem mais liderança sobre nosso povo. Venham conosco, e conduziremos vocês às panelas cheias de carne, aos pepinos, às tranças de alho, às casas de barro. Venham conosco e trataremos vocês de maneira bem melhor, atendendo aos reclamos de cada um de vocês." E espalharam seu veneno de revolta no coração da multidão de israelitas confusos e desorientados naquele momento decisivo. Uns gritavam; outros choravam; outros se descabelavam. Ninguém entendia ninguém. E os agitadores riam na face de Moisés, o riso cínico de homens maus, crueis e perversos, homens que não se aliam a Deus, no meio do seu povo, mas usam o povo para alcançarem seus intentos malignos. Deus viu por algum tempo toda aquela confusão no arraial de Seu povo, e ouviu as murmurações deles, por não terem entendido bem o propósito de Deus. Em momento algum, desde que os tirara do Egito, IAVÉ havia dito a Israel que este iria sair vencedor na conquista por sua própria capacidade de guerrear. Israel não era um povo guerreiro, armado até aos dentes. Eles eram pastores e agricultores. Não foram treinados na arte da guerra. Deus lutaria por Israel e ganharia a batalha. Levar Israel do Egito para Canaã era obra de Deus, não de Israel. Os israelitas deveriam viver pela fé. "O meu justo viverá por sua fé", diz o Senhor ao profeta Habacuque (Habacuque 2:4). Deus faria a obra de salvar, e Israel, pela fé, aceitaria com louvor e ação de graça a obra libertadora do Senhor. Mas Israel era povo incrédulo; não creu na promessa e na ação de Deus. Por isso eles disseram, rosto cheio de lágrimas e coração angustiado: "Tomara [seria melhor que] tivéssemos morrido na terra do Egito, ou mesmo neste deserto! E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres [quem estava contestando a Deus e a Moisés eram os homens, chefes de famílias] e nossas crianças sejam presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito? E diziam [os agitadores] ao povo: Levantemos um capitão, e voltemos para o Egito." Números 14:2 a 4, interpolação e comentários nossos.

Moisés e Arão se ajoelharam diante deles, choraram também e clamaram a Deus por socorro naquela hora tão difícil. Josué e Calebe, dois homens de Deus, se levantaram naquele momento, com perigo para a própria vida, rasgaram suas vestes em sinal de tristeza e luto, e gritaram para o povo rebelado: "A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor Se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra [o Senhor fará a obra, não nós], e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes [incrédulos, sediciosos] contra o Senhor, e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco [não com eles]; não temais." Números 14:6 a 9, interpolações e comentários nossos.

O povo ouviu, mas continuou incrédulo. Os agitadores logo entraram em ação, e mandaram apedrejar Josué e Calebe (14:10).

Então o Senhor Deus, que estivera calado até aí, interveio em favor dos Seus servos fiéis. Deus revelou de imediato o que iria fazer àqueles revoltosos, e àqueles agitadores: "Disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio deles? Com pestilência [doenças, pragas, dores e sofrimento] o ferirei e o deserdarei [não serão mais Meu povo]; e farei de ti [de Moisés] povo maior e mais forte do que este." Números 14:11 e 12, interpolação e comentários nossos.

Moisés ficou muito triste. Ele amava seu povo, e queria ver a todos eles vitoriosos, habitando seguro em Canaã, prosperando naquela terra. Moisés não estava interessado em gerar um povo que substituísse a Israel. Então ele chorou e clamou diante do Senhor, pediu perdão e misericórdia, e que o Senhor desse a Israel uma nova chance, por Sua Graça e Favor. Deus aceitou a intercessão de Moisés, mas puniu com a morte os agitadores e toda a geração que, naquele momento, tinha mais de vinte anos de idade. Somente Josué e Calebe, os homens fiéis, crentes autênticos, o Senhor poupou, dentre os mais velhos. Também sentenciou que todo o Israel, sem exceção, ficaria rodeando aquela terra desértica durante quarenta anos, até que a geração acima de vinte anos morresse. E assim se fez.

Há agitadores em sua igreja local? Há os incentivadores de motins? Há pessoas que visitam os irmãos em suas casas para falar mal da liderança da igreja? Vocês costumam reunir-se no sábado à tarde para criticar os líderes da igreja? Vocês se reúnem em suas chácaras, no domingo, e em meio a churrasco e uma partida de futebol aproveitam para falar mal do pastor e da liderança da Igreja? Vocês gostam de realizar na igreja a famosa "operação cupim", "comendo" silenciosamente, de maneira furtiva, a autoridade e a liderança de irmãos seus que estão tentando fazer o seu melhor para o êxito da igreja? De que lado você se posiciona na sua igreja: do lado dos agitadores, críticos, murmuradores e proponentes de formas alternativas de liderar a igreja? Ou do lado de quem está fazendo o seu melhor para o Senhor? Quem é você em todo esse processo? Está contente com a maneira como está agindo? Está certo de que Deus está com você nesta maneira de proceder? 

 

Pense com sinceridade e honestidade nestes questionamentos. Se precisar mudar de procedimento, mude enquanto é tempo, e a Graça de Deus lhe é favorável, pela intercessão do Espírito Santo aqui na Terra e pela intercessão de Jesus no Santuário Celeste.  Estou orando por você. Ore também por mim!

 

 

Pastor Otoniel Tavares de Carvalho



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